O valor dos grupos de apoio no cuidado ao familiar com Alzheimer
Receber o diagnóstico de Alzheimer em um ente querido é um momento que transforma toda a dinâmica familiar. A doença, que é a forma mais comum de demência, provoca um declínio progressivo das funções cognitivas, como memória, linguagem, raciocínio e comportamento que impacta tanto a pessoa diagnosticada quanto todos ao seu redor. Segundo dados da Alzheimer’s Disease International (ADI, 2022), cerca de 55 milhões de pessoas vivem com demência no mundo, e a cada três segundos um novo caso é registrado. A estimativa é que esse número triplique nas próximas três décadas.
Diante desse cenário, os grupos de apoio têm se mostrado uma ferramenta essencial para quem enfrenta o desafio de cuidar de alguém com a doença. Mais do que espaços de troca, esses grupos ajudam os cuidadores a compreender melhor o que está acontecendo, a lidar com as emoções e a desenvolver estratégias para tornar o dia a dia mais leve e equilibrado.
Segundo Elizabeth Piovezan, especialista em gerontologia e neuropsicologia e diretora do Instituto Alzheimer Brasil (IAB), o momento inicial do diagnóstico é o mais delicado e o apoio precoce faz toda a diferença.
“Buscar ajuda logo na fase inicial é fundamental. Cada membro da família recebe a notícia de uma maneira e leva um tempo diferente para entender e aceitar o que está acontecendo. O grupo ajuda o cuidador principal a compreender isso e a não se sobrecarregar emocionalmente”, explica Elizabeth.
Segundo ela, os encontros regulares permitem aprender mais sobre a doença, entender a trajetória dos sintomas e planejar metas realistas de cuidado. Além disso, são espaços onde é possível compartilhar sentimentos, trocar experiências e perceber que não se está sozinho.
Esses grupos, segundo a especialista, também ajudam o cuidador a perceber a importância de manter a rotina dentro da normalidade possível, preservar o convívio social e reservar tempo para o autocuidado. “O cuidador precisa estar bem física e emocionalmente para conseguir oferecer o melhor suporte possível”, ressalta.
Frequentar regularmente um grupo de apoio pode trazer diversos benefícios práticos e emocionais. De acordo com Elizabeth, quem participa desses encontros costuma:
– Aprender mais sobre a doença, compreendendo melhor os sintomas, comportamentos e cuidados necessários.
– Receber apoio que facilita a aceitação mais rápida da doença.
– Compreender melhor a trajetória da doença e suas fases.
– Planejar metas realizáveis para o processo dos cuidados.
– Perceber que não está sozinho.
– Compartilhar suas histórias, sentimentos e preocupações com pessoas que realmente entendem.
– Aprender com as experiências de outros cuidadores e como eles lidam com suas emoções no dia a dia.
– Sentir-se aceito e menos estigmatizado (rotulado) no meio social.
– Cuidar melhor do ente querido e de si mesmo.
– Conhecer recursos úteis da comunidade para apoio e orientação.
– Melhorar a comunicação com o familiar que tem a doença.
– Promover mais qualidade de vida e bem-estar a todos os envolvidos.
Para quem deseja saber mais sobre o tema ou participar de grupos de apoio, o Instituto Alzheimer Brasil (IAB) oferece encontros, orientações e materiais educativos sobre a doença.
O IAB tem Grupos de Educação e Apoio gratuitos, sendo online para todo o Brasil e presencias em:
Curitiba: informações (41) 99138-0454
São Paulo: informações (11) 97511-2018
Mais informações estão disponíveis em: www.institutoalzheimerbrasil.org